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Mais um mini carro urbano é apresentado 28/setembro/2010

Posted by rapidoerasteiro in Tecnologia.
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Como não há mais ruas para tantos veículos e o pessoal parece estar mesmo cansado dos congestionamentos, é cada vez mais comum sabermos de lançamentos de novos “mini-carros”. Entre os mais conhecidos e recentes temos Smart Fortwo, Fiat 500, Toyota iQ, Tata Nano,  a maior parte deles pequenos no tamanho e grandes no preço.

Na semana passada li sobre o mais novo candidato nessa disputa: o T25, de autoria do ex-projetista de carros de Fórmula 1 Gordon Murray que, entre outros feitos, projetou a MacLaren dirigida por Ayrton Senna quando venceu seu primeiro campeonato pela escuderia inglesa.

O T25 tem capacidade para 3 pessoas e é ainda menor que o Smart Fortwo. Pesa somente 550 Kg e traz várias inovações na sua construção,  entre elas a utilização de vários materiais reciclados na sua fabricação e a ausência de portas – o carro abre como se fosse um cockpit de avião (foto ao lado).

Segundo o projetista, a reciclagem de materiais e o baixo peso do carro o tornam ecologicamente correto, utilizando menos água e matérias-primas e tempo para montagem. O custo de reparos em caso de acidentes também promete ser baixo. Com isso, há também a promessa de que o preço final de aquisição e manutenção do veículo seja mais acessível.

O motorista irá sozinho na frente, no meio, e o painel parece ser bastante interessante. Aliás, isto facilita a venda mundial do veículo, independentemente da mão de direção das vias. A velocidade máxima promete ser de quase 150 Km/h, mais do que suficiente para um veículo urbano. O motor será a gasolina, e o consumo deve ser baixíssimo. Ah, e o T25 também será um “irmão” elétrico, o T27. Também há uma preocupação com a segurança, pois a estrutura externa no T25 conta com a tecnologia “exo-frame”, resistente a colisões.

Enfim, este carro é mais uma de tantas promessas que vimos nos últimos anos. Inovações como esta mostram uma tendência de preocupação com a mobilidade urbana e com o uso racional dos insumos e matérias-primas. Não sei se isso é necessariamente uma preocupação com o meio-ambiente, mas mesmo assim parece que teremos algum ganho com isso também.

No mais, dá para dizer que beleza não é o maior predicado do veículo, se bem que gosto não se discute. O importante mesmo é saber qual será o preço final do carro e, para nós, se ele será vendido no Brasil, preferencialmente com uma versão movida a Etanol/Flex. Sobre a última questão, segundo o jornal O Globo o empresário Eike Batista já estaria negociando uma fábrica no Brasil.

Quanto ao preço, este é sempre uma incógnita. Não dá para confundir custo com preço, já que o segundo é definido pelo mercado, pela velha lei da oferta e da procura, entre outros fatores. Falo isso porque há algum tempo atrás tive oportunidade de visitar a agência de marketing que foi responsável pelo reposicionamento do Smart no mercado, a Springer & Jacoby. O carro iniciou com uma promessa “popular”, mas suas vendas não decolavam. O trabalho dessa agência tornou o Smart um veículo para o público “descolado”, que queria ter mobilidade sem abrir mão do conforto e da exclusividade.  E com isso o pequeno Smart Fortwo recebeu acabamentos, acessórios e preço de “carro grande”. Aqui no Brasil, por exemplo, o “carrinho” custa mais de R$ 50 mil, nível de preço também praticato pelo seu concorrente direto, o Fiat 500.

Enfim, produtos inovadores como este são mais do que bem-vindos. Porém, acho que a temporada de promessas está chegando ao fim. O trânsito, a economia e o meio-ambiente precisam de um veículo que realmente atenda às expectativas criadas. Resta saber, por fim, se as pessoas realmente irão comprar um carro pequeno e não muito bonito.

Para maiores informações: www.gordonmurraydesign.com (em inglês)